quinta-feira, 17 de outubro de 2013

PARTENON: POLÍTICA E LITERATURA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
ICHI/UAB/SEAD
POS-RS RIO GRANDE DO SUL: SOCIEDADE, POLITICA E CULTURA
FORMAÇÃO LITERÁRIA SUL-RIO-GRANDENSE
PROFESSOR MAURO NICOLA PÓVOAS

PARTENON: POLÍTICA E LITERATURA

                                                                                                                    Maria Cristina Pastore¹

O intuito deste texto é analisar e ressaltar a importância da formação de um grupo intitulado SOCIEDADE PARTENON LITERÁRIO, em Porto Alegre, no ano de 1868, considerado um  marco da formação literária do Rio Grande do Sul. Assim como a representatividade desse periódico em período de transformações sociais e a contribuição para a literatura rio-grandense. Conforme POVOAS:
Mesmo no século XXI, livros a respeito do Partenon continuam vindo a lume, o que prova o contínuo interesse dos pesquisadores, ligados a universidades ou não, pelo assunto. Sendo assim, pode-se dizer que das revistas literárias do século XIX, a do Partenon Literário é a que está canonizada, representando todas as suas coetâneas. PÓVOAS

Inserida num processo histórico e social, a sociedade Partenon Literário se relaciona com a cultura e politica. Em um momento de alterações politicas e engajamento em movimentos abolicionista, a atuação de intelectuais revelou posturas abolicionistas. Devido a qualidade literária constitui importante manifestação cultural, considerado como marco inicial da literatura no Rio Grande do Sul, em função da coincidência de trabalhos de autores que estarem associados a essa agremiação.
Evidencia-se neste trabalho, movida pela curiosidade, a apreciação  do periódico “Parthenon Litterário” que se encontra na Biblioteca Municipal de Rio Grande, datado de abril de 1974, examinado em 17.10.2013. Folheando suas paginas e admirando seu conteúdo, observa-se em sua apresentação inicial, como sendo o terceiro ano de publicação da revista. Nas primeiras paginas consta o nome de Manoel Araujo Porto Alegre, com 68 anos de idade, sócio de inúmeras instituições, como por exemplo, o Instituto Histórico, Geográfico Brasileiro. O conteúdo consiste de notas de Francisco de Paula Amaral Sarmento Menna, de romance escrito por Apelles Porto Alegre com o titulo “Georgina”. Possui também uma carta endereçada ao periódico datada de 04.03.1874 escrita em Lisboa, com o seguinte trecho:

“A sua carta, e o “Parthenon Litterário”, derão-me um indisivel prazer. Vi nomes que conheci e amei, e li com especial prazer, lindíssimas producções de nova geração d’ahi que aspira o bello. Ha hoje verdadeiros talentos. Foi leitura que me remoçou.” Manuel de Araujo Porto Alegre, Autor de Brasilianas  
       
Continuando a leitura do documento literário do Rio Grande do Sul, consta a crônica sobre a abertura de Teatro São Pedro em Porto Alegre a ainda comenta que a associação “Parthenon Litterária” propõe a criação de Bibliotecas Municipais e quais suas intenções:
“ O “Parthenon Litterário” somente ambiciona a gloria comum, aquela que toca a todos , assim é justo que todo aquele que sente uma fibra estremecer pelo sublime amor da pátria, venha conosco partilhar esses lides” (A. Totta, Parthenon Litterario, 3º ano  1874)
O exemplar do Parthenon Litterário, que se encontra na Biblioteca Municipal de Rio Grande, possui as contribuições dos mais distintos intelectuais da época. Cito D. Luciana de Abreu, crônicas de J. Bernardino dos Santos. Parecer Histórico sobre a invasão Paraguaia de Apelles Porto Alegre, contos, poemas e  peça de teatro. Em uma das crônicas, o relato sobre as reuniões do Parthenon eram concorridas e do alto da tribuna, eloquentes discursos eram proferidos com teor patrióticos por Hilário Ribeiro, educador, autor de livros didáticos, poeta e fundador do Instituto Brasileiro.
Encontramos apontamentos históricos, topográficos e descritivos da cidade do Rio Grande, escrito por Carlos Eugenio Fontana, escritor pelotense, redator de um  jornal de Rio Grande,  autor de romance e jornalista.
Trecho copiado conforme escrita da época, da Poesia “ Parthenon Litterário”
                                                                            
Poesia “ Parthenon Litterário”
Ao Exm. Sr. Dr. Luiz da Silva Flores
de Damasceno Vieira

Não cança o lutador! Os anos passão.
E de pé na estacada do progresso
Alteia o Parthenon bandeira ingente
Sorrindo as multidões!
Sem ter apoio dos erários nobres,
Sem dar prestígios à soberba astulta
Sem ir nas praças mendigar alentos,
Sem curvar-se a mandões!

Neste texto os limites estão demarcados pela leitura do exemplar existente em Rio Grande, o qual considerar seu conteúdo e seus idealizadores ressalta a importância dessa agremiação para a história literária do Rio Grande do Sul, portanto contribuições riquíssimas para compreender o contexto social em que o estado vivia no século XIX. Fica evidente a capacidade intelectual de seus idealizadores e colaboradores em uma época que o acesso a educação incidia prestigio e  admiração.

REFERENCIAS

PÓVOAS, Mauro Nicola A trajetoriada sociedade Tartenon Literaria e da sua Revista Mensal.  Artigo

Periódico Parthenon Litterário, terceiro ano,  1874. Exemplar disponível na Biblioteca Rio-Grandense da Cidade do Rio Grande.

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