sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Opúsculo

Opúsculo


Nessa pagina em branco
Digito algumas palavras
Publico sentimentos
Em cartas nunca enviadas

Naquele mês de dezembro
Aguardei  seus passos
Marcado no silencio da rua
 sentimentos, não destrua!!!

Em cada gesto
Uma palavra não escrita
Neste opúsculo sem nexo
Mudanças traduzem o convexo

Carga emocional
Amplia fronteira  do meu pensar
Exigem condutas,
é só uma teoria
Serei  eu uma pagina vazia?

cris pastore
15.11.2013
00:00

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Escolhas

Escolhas

Eu, reconstruí meu passado
em cima de boas novas
bases ruidas, se se fortificaram
o recomeço é a esperança
um encontro com a vida

Tu, que choras
Pare, respire e pense
Olha ao seu redor
o que queres? Não deu certo?
recomeçe
faça escolhas saudaveis
viaveis

quem merece seu sofrimento?
quem merece sua alegria?

Nós, somos essencia
passado. presente e futuro
passado é identidade
presente é sabedoria
e o futuro? Eu não sei
este posso mudar
depende de minhas escolhas.

Crispastore
CORPOS EM FOCO
                                          Maria Cristina Pastore
crisrgs2000@yahoo.com.br

Conforme Nadia Geisa S. de Souza: “O ser humano, desde que nasce, é inserido em práticas culturais produtoras dos sentidos com os quais as pessoas vão se reconhecendo e que, desse modo, constituem as próprias pessoas.” Nesse sentido as pessoas são corpos, são todos da raça humana, mas apresentam caracteristicas diferenciadas como cor, olhos, cabelos, estrutura, forma, volume, gaucho, nordestino, americano, enfim, evidencias que embora iguais somos diferentes nos processos biologicos, sociais e culturais.São as interações entre os corpos, os agentes do processo e as variáveis universais, regionais, locais, agindo sobre esses corpos, que inibem ou incentivam as diferenças, percorrendo díspares caminhos na compreensão das mesmas. Surgem assim os preconceitos, o desrespeito, e a intolerância, seja racial, étnica, na qual a sociedade cria formas de inibir a participação integrada sugerindo a exclusão nos grupos sociais dos corpos que não se enquadram nos padrões e normas estabelecidas por uma sociedade reguladora.
Sob a pressão dos tempos atuais e as mudanças hipersônicas que ocorrem nas relações sociais, a sociedade procura nos conceitos que regulam as relações, nas regras e valores, a intenção de normatizar os comportamentos. As questões de gênero, formatos de corpos, entre outras fontes de convencionalismo para caracterizar as diferenças, estão desestabilizando preconceitos e reformulando pensamentos, justificando a liberdade de ser e pensar autônomo incentivado por uma educação libertadora. Através da educação que os corpos considerados fora dos padrões serão incluídos em uma sociedade feita por corpos “perfeitos”. Quem criou as convenções padrões? Nós, corpos. Somos nós, corpos, que podemos transformar convenções, traspor regras. E escola como espaço formativo de cidadão possui importante papel dentro das expectativas da sociedade. Porem nem todos os sujeitos estão dispostos a compreender e aceitar as diferenças e as mudanças que estão evidentes, pontuando todos os setores da vida em comunidade, inclusive os espaços educacionais.
.
A escola, uma das instituições responsáveis pela transmissão e generalização do conhecimento e do sujeito científicos na sociedade, vem tendo como referência os conhecimentos biológicos e médicos no ensino do corpo. Deste ponto de vista, a educação escolarizada tem restringido os processos de ensino e aprendizagem, sobre o corpo, aos conteúdos e às metodologias propostas ou no ensino de ciências ou nas aulas de educação física. (Souza, 2001)



A sala de aula é um laboratório no qual as experiências acontecem em uma comunicação síncrona. Portanto percebemos as interações entre os alunos e compreendemos definidos os agentes sociais no processo de dificultar ou estimular as diferenças entre os atuantes corpos, embora não resoluto às praticas que são exercidas para promover ou reafirmar as desigualdades. As tradições, cultura em que o sujeito encontra-se inserido, sua comunidade, a memoria afetiva que aglutina, contextualiza a vida do aluno. Olhar nessa perspectiva do conhecimento do corpo, oferta possibilidades da diversidade ser acolhida no âmbito escolar.
A equidade ainda não está presente em todo o profissional da educação, muitas vezes a imparcialidade não exercida compromete a avaliação do momento em que ocorre a necessidade de existir o bom senso para resolver questões difíceis em sala de aula. Não reconhecer os atos de inibição, ou opressão em função das diferenças e até mesmo a violência praticada para resolver os processos de desigualdades nos elementos reconhecidos de masculino e feminino, nos corpos diversos e únicos, tem se mostrado desafios educacionais e portadores dos empecilhos da evolução no processo de anuência das diferenças.


Corpo incluido

Corpo Incluído ( autoria de Maria Cristina Pastore)

Não sou um pedaço sozinho
Sou um corpo
pertenço ao universo
Como corpo
sou único
Como universo
sou coletivo
Pertenço há um lugar
Que não reconheço
Meu modo de ser
Diversificado
Diferenciado
Não deve incomodar você
De singular
Posso ser plural
Escute meu coração
Bate igual ao seu
Assim sou eu
Corpo marcado
Corpo amado
Corpo diferente

Corpo gente

sábado, 9 de novembro de 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
ICHI/UAB/SEAD
POS-RS RIO GRANDE DO SUL: SOCIEDADE, POLITICA E CULTURA
FORMAÇÃO LITERÁRIA SUL-RIO-GRANDENSE
PROFESSOR MAURO NICOLA PÓVOAS

PARTENON: POLÍTICA E LITERATURA

                                                                                                                    Maria Cristina Pastor¹

O intuito deste texto é analisar e ressaltar a importância da formação de um grupo intitulado SOCIEDADE PARTENON LITERÁRIO, em Porto Alegre, no ano de 1868, considerado um  marco da formação literária do Rio Grande do Sul. Assim como a representatividade desse periódico em período de transformações sociais e a contribuição para a literatura rio-grandense. Conforme POVOAS:
Mesmo no século XXI, livros a respeito do Partenon continuam vindo a lume, o que prova o contínuo interesse dos pesquisadores, ligados a universidades ou não, pelo assunto. Sendo assim, pode-se dizer que das revistas literárias do século XIX, a do Partenon Literário é a que está canonizada, representando todas as suas coetâneas. PÓVOAS

Inserida num processo histórico e social, a sociedade Partenon Literário se relaciona com a cultura e politica. Em um momento de alterações politicas e engajamento em movimentos abolicionista, a atuação de intelectuais revelou posturas abolicionistas. Devido a qualidade literária constitui importante manifestação cultural, considerado como marco inicial da literatura no Rio Grande do Sul, em função da coincidência de trabalhos de autores que estarem associados a essa agremiação.
Evidencia-se neste trabalho, movida pela curiosidade, a apreciação  do periódico “Parthenon Litterário” que se encontra na Biblioteca Municipal de Rio Grande, datado de abril de 1974, examinado em 17.10.2013. Folheando suas paginas e admirando seu conteúdo, observa-se em sua apresentação inicial, como sendo o terceiro ano de publicação da revista. Nas primeiras paginas consta o nome de Manoel Araujo Porto Alegre, com 68 anos de idade, sócio de inúmeras instituições, como por exemplo, o Instituto Histórico, Geográfico Brasileiro. O conteúdo consiste de notas de Francisco de Paula Amaral Sarmento Menna, de romance escrito por Apelles Porto Alegre com o titulo “Georgina”. Possui também uma carta endereçada ao periódico datada de 04.03.1874 escrita em Lisboa, com o seguinte trecho:

“A sua carta, e o “Parthenon Litterário”, derão-me um indisivel prazer. Vi nomes que conheci e amei, e li com especial prazer, lindíssimas producções de nova geração d’ahi que aspira o bello. Ha hoje verdadeiros talentos. Foi leitura que me remoçou.” Manuel de Araujo Porto Alegre, Autor de Brasilianas  
       
Continuando a leitura do documento literário do Rio Grande do Sul, consta a crônica sobre a abertura de Teatro São Pedro em Porto Alegre a ainda comenta que a associação “Parthenon Litterária” propõe a criação de Bibliotecas Municipais e quais suas intenções:
“ O “Parthenon Litterário” somente ambiciona a gloria comum, aquela que toca a todos , assim é justo que todo aquele que sente uma fibra estremecer pelo sublime amor da pátria, venha conosco partilhar esses lides” (A. Totta, Parthenon Litterario, 3º ano  1874)
O exemplar do Parthenon Litterário, que se encontra na Biblioteca Municipal de Rio Grande, possui as contribuições dos mais distintos intelectuais da época. Cito D. Luciana de Abreu, crônicas de J. Bernardino dos Santos. Parecer Histórico sobre a invasão Paraguaia de Apelles Porto Alegre, contos, poemas e  peça de teatro. Em uma das crônicas, o relato sobre as reuniões do Parthenon eram concorridas e do alto da tribuna, eloquentes discursos eram proferidos com teor patrióticos por Hilário Ribeiro, educador, autor de livros didáticos, poeta e fundador do Instituto Brasileiro.
Encontramos apontamentos históricos, topográficos e descritivos da cidade do Rio Grande, escrito por Carlos Eugenio Fontana, escritor pelotense, redator de um  jornal de Rio Grande,  autor de romance e jornalista.
Trecho copiado conforme escrita da época, da Poesia “ Parthenon Litterário”
                                                                            
Poesia “ Parthenon Litterário”
Ao Exm. Sr. Dr. Luiz da Silva Flores
de Damasceno Vieira

Não cança o lutador! Os anos passão.
E de pé na estacada do progresso
Alteia o Parthenon bandeira ingente
Sorrindo as multidões!
Sem ter apoio dos erários nobres,
Sem dar prestígios à soberba astulta
Sem ir nas praças mendigar alentos,
Sem curvar-se a mandões!

Neste texto os limites estão demarcados pela leitura do exemplar existente em Rio Grande, o qual considerar seu conteúdo e seus idealizadores ressalta a importância dessa agremiação para a história literária do Rio Grande do Sul, portanto contribuições riquíssimas para compreender o contexto social em que o estado vivia no século XIX. Fica evidente a capacidade intelectual de seus idealizadores e colaboradores em uma época que o acesso a educação incidia prestigio e  admiração.

REFERENCIAS

PÓVOAS, Mauro Nicola A trajetoriada sociedade Tartenon Literaria e da sua Revista Mensal.  Artigo

Periódico Parthenon Litterário, terceiro ano,  1874. Exemplar disponível na Biblioteca Rio-Grandense da Cidade do Rio Grande.

Inocencia Perdida- Cristina Pastore

Inocência perdida

Sou pequeno
Indefeso
As regras
Desconheço

Sobrevivo
Pela ação
Daqueles que me amam

À noite
Escuto
Os passos
Fecho os olhos
 não compreendo

Proteção?
Amparo? Amor?
Só terror

Peço socorro
O silencio
Se estende
Consumido sou
 Força 
dominou

Os gritos do silencio
só as paredes escutam
a inocência da infância

se perdendo..

Mulher -Poesia Cristina Pastore

Mulher

Sociedade cruel
Esmagou a mulher
Calou seu choro
Calou sua honra

Em um tempo
Não muito longe
Um grito se ouviu
Chega!

Chega de violência
Chega de desprezo
Sou pessoa
Sou mulher

Do preconceito ao respeito
Muitas aguas rolaram
Muitos lábios se calaram
A sociedade injusta
Reconheceu
E o dia diferente
Amanheceu...


Maturidade- Poesia Cristina Pastore

Maturidade

No tempo da vida eterna
Joguei com a morte
Brinquei com a sorte

Vida efêmera
Secou o rio
Na terra não brota mais
O verde intenso

Perdi horas na rua
Esqueci o real
Pago o preço
por liberdade

Tranquila, choro
Arrependida
Esqueço

Outra vida
Outra chance
Maturidade
Penso

Lugar seguro
Aos 40
Não cometo erros
Ah! Viver com maturidade
Aos 20

Seria saber a verdade!!!