segunda-feira, 11 de novembro de 2013

CORPOS EM FOCO
                                          Maria Cristina Pastore
crisrgs2000@yahoo.com.br

Conforme Nadia Geisa S. de Souza: “O ser humano, desde que nasce, é inserido em práticas culturais produtoras dos sentidos com os quais as pessoas vão se reconhecendo e que, desse modo, constituem as próprias pessoas.” Nesse sentido as pessoas são corpos, são todos da raça humana, mas apresentam caracteristicas diferenciadas como cor, olhos, cabelos, estrutura, forma, volume, gaucho, nordestino, americano, enfim, evidencias que embora iguais somos diferentes nos processos biologicos, sociais e culturais.São as interações entre os corpos, os agentes do processo e as variáveis universais, regionais, locais, agindo sobre esses corpos, que inibem ou incentivam as diferenças, percorrendo díspares caminhos na compreensão das mesmas. Surgem assim os preconceitos, o desrespeito, e a intolerância, seja racial, étnica, na qual a sociedade cria formas de inibir a participação integrada sugerindo a exclusão nos grupos sociais dos corpos que não se enquadram nos padrões e normas estabelecidas por uma sociedade reguladora.
Sob a pressão dos tempos atuais e as mudanças hipersônicas que ocorrem nas relações sociais, a sociedade procura nos conceitos que regulam as relações, nas regras e valores, a intenção de normatizar os comportamentos. As questões de gênero, formatos de corpos, entre outras fontes de convencionalismo para caracterizar as diferenças, estão desestabilizando preconceitos e reformulando pensamentos, justificando a liberdade de ser e pensar autônomo incentivado por uma educação libertadora. Através da educação que os corpos considerados fora dos padrões serão incluídos em uma sociedade feita por corpos “perfeitos”. Quem criou as convenções padrões? Nós, corpos. Somos nós, corpos, que podemos transformar convenções, traspor regras. E escola como espaço formativo de cidadão possui importante papel dentro das expectativas da sociedade. Porem nem todos os sujeitos estão dispostos a compreender e aceitar as diferenças e as mudanças que estão evidentes, pontuando todos os setores da vida em comunidade, inclusive os espaços educacionais.
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A escola, uma das instituições responsáveis pela transmissão e generalização do conhecimento e do sujeito científicos na sociedade, vem tendo como referência os conhecimentos biológicos e médicos no ensino do corpo. Deste ponto de vista, a educação escolarizada tem restringido os processos de ensino e aprendizagem, sobre o corpo, aos conteúdos e às metodologias propostas ou no ensino de ciências ou nas aulas de educação física. (Souza, 2001)



A sala de aula é um laboratório no qual as experiências acontecem em uma comunicação síncrona. Portanto percebemos as interações entre os alunos e compreendemos definidos os agentes sociais no processo de dificultar ou estimular as diferenças entre os atuantes corpos, embora não resoluto às praticas que são exercidas para promover ou reafirmar as desigualdades. As tradições, cultura em que o sujeito encontra-se inserido, sua comunidade, a memoria afetiva que aglutina, contextualiza a vida do aluno. Olhar nessa perspectiva do conhecimento do corpo, oferta possibilidades da diversidade ser acolhida no âmbito escolar.
A equidade ainda não está presente em todo o profissional da educação, muitas vezes a imparcialidade não exercida compromete a avaliação do momento em que ocorre a necessidade de existir o bom senso para resolver questões difíceis em sala de aula. Não reconhecer os atos de inibição, ou opressão em função das diferenças e até mesmo a violência praticada para resolver os processos de desigualdades nos elementos reconhecidos de masculino e feminino, nos corpos diversos e únicos, tem se mostrado desafios educacionais e portadores dos empecilhos da evolução no processo de anuência das diferenças.


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