CORPOS EM FOCO
Maria
Cristina Pastore
crisrgs2000@yahoo.com.br
Conforme
Nadia Geisa S. de Souza: “O ser humano, desde que nasce, é inserido em práticas
culturais produtoras dos sentidos com os quais as pessoas vão se reconhecendo e
que, desse modo, constituem as próprias pessoas.” Nesse sentido as pessoas são
corpos, são todos da raça humana, mas apresentam caracteristicas diferenciadas
como cor, olhos, cabelos, estrutura, forma, volume, gaucho, nordestino,
americano, enfim, evidencias que embora iguais somos diferentes nos processos
biologicos, sociais e culturais.São as interações entre os corpos,
os agentes do processo e as variáveis universais, regionais, locais, agindo
sobre esses corpos, que inibem ou incentivam as diferenças, percorrendo díspares
caminhos na compreensão das mesmas. Surgem assim os preconceitos, o
desrespeito, e a intolerância, seja racial, étnica, na qual a sociedade cria
formas de inibir a participação integrada sugerindo a exclusão nos grupos
sociais dos corpos que não se enquadram nos padrões e normas estabelecidas por
uma sociedade reguladora.
Sob a pressão dos tempos atuais e as mudanças
hipersônicas que ocorrem nas relações sociais, a sociedade procura nos
conceitos que regulam as relações, nas regras e valores, a intenção de
normatizar os comportamentos. As questões de gênero, formatos de corpos, entre
outras fontes de convencionalismo para caracterizar as diferenças, estão
desestabilizando preconceitos e reformulando pensamentos, justificando a
liberdade de ser e pensar autônomo incentivado por uma educação libertadora. Através
da educação que os corpos considerados fora dos padrões serão incluídos em uma
sociedade feita por corpos “perfeitos”. Quem criou as convenções padrões? Nós,
corpos. Somos nós, corpos, que podemos transformar convenções, traspor regras.
E escola como espaço formativo de cidadão possui importante papel dentro das
expectativas da sociedade. Porem nem todos os sujeitos estão dispostos a
compreender e aceitar as diferenças e as mudanças que estão evidentes,
pontuando todos os setores da vida em comunidade, inclusive os espaços
educacionais.
.
A escola, uma das instituições responsáveis
pela transmissão e generalização do conhecimento e do sujeito científicos na
sociedade, vem tendo como referência os conhecimentos biológicos e médicos no
ensino do corpo. Deste ponto de vista, a educação escolarizada tem restringido
os processos de ensino e aprendizagem, sobre o corpo, aos conteúdos e às
metodologias propostas ou no ensino de ciências ou nas aulas de educação física.
(Souza, 2001)
A sala de aula é um laboratório no qual as experiências
acontecem em uma comunicação síncrona. Portanto percebemos as interações entre
os alunos e compreendemos definidos os agentes sociais no processo de dificultar
ou estimular as diferenças entre os atuantes corpos, embora não resoluto às
praticas que são exercidas para promover ou reafirmar as desigualdades. As
tradições, cultura em que o sujeito encontra-se inserido, sua comunidade, a
memoria afetiva que aglutina, contextualiza a vida do aluno. Olhar nessa
perspectiva do conhecimento do corpo, oferta possibilidades da diversidade ser
acolhida no âmbito escolar.
A
equidade ainda não está presente em todo o profissional da educação, muitas
vezes a imparcialidade não exercida compromete a avaliação do momento em que
ocorre a necessidade de existir o bom senso para resolver questões difíceis em
sala de aula. Não reconhecer os atos de inibição, ou opressão em função das
diferenças e até mesmo a violência praticada para resolver os processos de
desigualdades nos elementos reconhecidos de masculino e feminino, nos corpos
diversos e únicos, tem se mostrado desafios educacionais e portadores dos
empecilhos da evolução no processo de anuência das diferenças.
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