sábado, 30 de maio de 2009

A história e a arte sendo observada pelo olhar
Passamos a vida inteira caminhando de um lado para outro da cidade, em busca de prestigio profissional ou pessoal, e nessa caminhada nem olhamos para o lado e se olhamos não vemos. E nessa oportunidade, quando saímos do cotidiano, do dia a dia, da rotina, podemos olhar de uma maneira muito especial, aquilo que nos passa despercebido em outros momentos.
Nessa visita, no dia 08.04.2009, juntamente com a turma de artes visuais do ano de 2009, podemos juntar o conhecimento com o olhar diferente e teremos a historia e a arte juntas. Envolvendo emoção, aprendizado, induzindo o lado sensível a ser desenvolvido para que o próximo olhar seja em uma direção , agora totalmente mudada, a direção do entendimento quando estamos diante de prédios históricos, pinturas , esculturas e todo tipo de manifestação artística
Ao entrar no Museu e Arte Leopoldo Gotuzzo ( Malg), o Casarão (1876) já impressiona pela própria estrutura arquitetônica.A escada toda em madeira, bem conservada, (provavelmente restaurada).Seus lustres nos levam a tempos remotos e românticos, seu mobiliário é espetacular.
Em uma sala podemos contemplar retratos de Leopoldo Gotuzzo (1887-1983), nus belíssimos, fortes e expressivos, o volume das formas acentuados , pinceladas marcadas com bastante tinta, As Perolas (1925)óleo sobre tela , onde até comentamos (colegas) sobre os rostos pintados, havia neles um pouco de masculino e com a prof. Ivana, comentamos sobre vários tipos de cabelos, ela comenta que dependendo da época existe um padrão de beleza, pele alva, olhos claros, morenas, cabelos curtos, etc.... Em outra sala, flores, pintadas num colorido especial.
Além de telas, o artista usou outros materiais como o óleo em compensado , na obra Jardim Japonês (1966).
O poder das imagens sobre o meu entendimento é intensificado. Quanto mais olho, mais quero ver, quero entender.
Ele pinta, vila, pontes, o cotidiano, pinturas das paisagens de Pelotas, cidade natal do pintor, que ele demonstra um grande carinho e admiração.
Depois de conhecer um pouco a historia do artista , pude constatar , através da suas pinturas, um estilo autentico, onde numa época de mudanças e estilos novos ele se firmou na simplicidade, e suas telas mostram uma energia com suas pinceladas soltas.
Ele faz uma releitura sofisticada, mantendo o estilo bem acadêmico.

Os óleos sobre tela, que estão em exposição, transmitem seu amor por Pelotas,Vila Piratini (1935 )pois ele pinta lugares conhecidos da cidade.
Um quadro que impressionou, muito interessante pela sua temática, “A luta pela vida”, me causou espanto e chamou minha atenção, me identifiquei com o que eu estava olhando, aquela arvore, com tronco já muito antigo com as raízes entrelaçadas, no meio de outras. Muito emocionante.
Com a ganância, destruindo o passado, construindo edifícios e estacionamentos, visando somente o lucro, quando encontramos espaços destinados a arte e cultura, ficamos surpreendidos, com a qualidade das exposições, com o cuidado com a pesquisa. É maravilhoso saber que existem pessoas e entidades interessadas em resgatar a memória de uma família, cidade ou País, contribuindo assim, com a verba necessária para um empreendimento dessa categoria.
Uma pessoa sem passado, sem memória, é como um ser largado no espaço sem saber de onde vem e muito menos para onde vai. Essa linha entre o passado e o futuro que nos faz entender o presente, e precisamos entender e aceitar e cuidar para que a memória cultural esteja presente na educação.
Como existe um “bar em cada esquina” , era para existir um centro de cultura em cada bairro, para preservar a memória do lugar. Sei também que existem pessoas que se esforçam para ensinar a cuidar desse patrimônio cultural, e dar valor a tudo que a arte significa.
O museu está situado no centro da cidade, na rua General Osório nº 725, esquina General Neto com entrada franca, e a responsável pelo museu é Raquel Santos Schwanke.
Realizam exposições diárias, algumas de curtas durações como as obras de artistas selecionados e obras de artistas convidados. Atualmente os objetos e obras expostos são do patrono Leopoldo Gotuzzo.
Contam com setores didáticos e pedagógicos agendando visitas para escolas
O MALG foi fundado em 1986, um local para a memória e historia da arte em Pelotas.

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