segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Academico ou moderno!?Chega de classificatório, apenas o olhar....


Acadêmico ou moderno?Chega de classificatória, apenas o olhar!

Ao ler esse texto de Jorge Coli, noto como esses conceitos “acadêmicos”, “modernos”, etc., acabam por nos prejudicar no sentido de analisar um obra brasileira. Devemos entende-la, estuda-la de vários aspectos, mas o mais importante ainda é a obra. È o olhar , um olhar atento com sensibilidade, com prazer, porque todo o progresso, ou o modernismo, como queiram, não pode interferir nessa realidade de ver e sentir a obra como um todo, não importando as derivações de movimento a qual ela se enquadra, e nem por isso deixar de ser admirada.
O estudo acadêmico, com suas regras, com suas diretrizes e rigores, generalizando o todo, não permite esse olhar sensível. Como o autor nos fornece dados de que ele mesmo sentiu essa pressão quando observava uma obra e a admirava em segredo no seu tempo de estudante, porque era movido por um sentimento de culpa , gostar daqueles quadros que ele aprendeu como “pintura ruim”.
O autor nos descreve a obra de Victor Meirelles e Pedro Américo como grandiosa por um olhar mais minucioso, já contrapondo com outros estudiosos da questão principalmente como ele cita o Gonzaga Dutra que faz criticas severas aos quadros que Prof. Coli usa como exemplo e que Gonzaga chega a ser injusto com suas declarações.
Então, um posicionamento de gosto pessoal, de critica ou de desagrado, muitas vezes nos impede de ter uma experiência de prazer com uma obra só porque foi condenada por alguém ou não está de acordo com os procedimentos “padrões”.
Entendo como proposta do Prof. Coli, um renascimento, quase um redescobrimento das pinturas brasileiras do século XIX, identificando uma identidade da produção brasileira, mesmo vinculadas historicamente aos processos de mudanças e movimentos da arte.
Diante do que os pintores vivenciaram na época, buscando o passado, é impossível analisar e olhar essas obras com uma vertente do moderno, elas estão imersas em um contexto que apenas um olhar apaixonado como o do autor desse texto, as remete ao presente com o valor que elas merecem.
Voltamos aquela antiga discussão de que é o belo?O que é o feio? Em artes é aquilo que a nossa percepção reconhece sem preconceito, através do olhar, sentimos o feio, sentimos o belo, conforme nossas memórias, conforme nossas experiências pessoais transferimos para o que olhamos.
Não existe o certo nem o errado, existem opiniões diferentes. Então os dois textos se completam e a arte moderna e a arte brasileira do século XIX tem em comum é exatamente o olhar.
O olhar na arte contemporânea ou na arte de outras épocas e com todas as vanguardas que surgem a todos os instantes, cultivam nos artistas e nos historiadores a mais belas das experiências, estar no presente, olhando o passado e criando o futuro em arte e quem sairá ganhando com os frutos colhidos dessa experiência somo todos nós.

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