UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
ICHI/UAB/SEAD
POS-RS RIO GRANDE DO SUL: SOCIEDADE, POLITICA E
CULTURA
FORMAÇÃO
LITERÁRIA SUL-RIO-GRANDENSE
PROFESSOR MAURO
NICOLA PÓVOAS
PARTENON: POLÍTICA E
LITERATURA
Maria Cristina Pastor¹
O intuito deste texto é
analisar e ressaltar a importância da formação de um grupo intitulado SOCIEDADE
PARTENON LITERÁRIO, em Porto Alegre, no ano de 1868, considerado um marco da formação literária do Rio Grande do
Sul. Assim como a representatividade desse periódico em período de
transformações sociais e a contribuição para a literatura rio-grandense.
Conforme POVOAS:
Mesmo no século XXI, livros a respeito do Partenon
continuam vindo a lume, o que prova o contínuo interesse dos pesquisadores,
ligados a universidades ou não, pelo assunto. Sendo assim, pode-se dizer que
das revistas literárias do século XIX, a do Partenon Literário é a que está
canonizada, representando todas as suas coetâneas. PÓVOAS
Inserida
num processo histórico e social, a sociedade Partenon Literário se relaciona
com a cultura e politica. Em um momento de alterações politicas e engajamento
em movimentos abolicionista, a atuação de intelectuais revelou posturas
abolicionistas. Devido a qualidade literária constitui importante manifestação
cultural, considerado como marco inicial da literatura no Rio Grande do Sul, em
função da coincidência de trabalhos de autores que estarem associados a essa
agremiação.
Evidencia-se neste trabalho, movida pela
curiosidade, a apreciação do periódico
“Parthenon Litterário” que se encontra na Biblioteca Municipal de Rio Grande,
datado de abril de 1974, examinado em 17.10.2013. Folheando suas paginas e
admirando seu conteúdo, observa-se em sua apresentação inicial, como sendo o
terceiro ano de publicação da revista. Nas primeiras paginas consta o nome de
Manoel Araujo Porto Alegre, com 68 anos de idade, sócio de inúmeras
instituições, como por exemplo, o Instituto Histórico, Geográfico Brasileiro. O
conteúdo consiste de notas de Francisco de Paula Amaral Sarmento Menna, de
romance escrito por Apelles Porto Alegre com o titulo “Georgina”. Possui também
uma carta endereçada ao periódico datada de 04.03.1874 escrita em Lisboa, com o
seguinte trecho:
“A sua carta, e o “Parthenon
Litterário”, derão-me um indisivel prazer. Vi nomes que conheci e amei, e li
com especial prazer, lindíssimas producções de nova geração d’ahi que aspira o
bello. Ha hoje verdadeiros talentos. Foi leitura que me remoçou.” Manuel de
Araujo Porto Alegre, Autor de Brasilianas
Continuando a leitura do documento literário do Rio
Grande do Sul, consta a crônica sobre a abertura de Teatro São Pedro em Porto Alegre
a ainda comenta que a associação “Parthenon Litterária” propõe a criação de
Bibliotecas Municipais e quais suas intenções:
“ O “Parthenon Litterário” somente ambiciona a gloria
comum, aquela que toca a todos , assim é justo que todo aquele que sente uma
fibra estremecer pelo sublime amor da pátria, venha conosco partilhar esses
lides” (A. Totta, Parthenon Litterario, 3º ano
1874)
O exemplar do Parthenon Litterário, que se encontra na
Biblioteca Municipal de Rio Grande, possui as contribuições dos mais distintos
intelectuais da época. Cito D. Luciana de Abreu, crônicas de J. Bernardino dos
Santos. Parecer Histórico sobre a invasão Paraguaia de Apelles Porto Alegre,
contos, poemas e peça de teatro. Em uma
das crônicas, o relato sobre as reuniões do Parthenon eram concorridas e do
alto da tribuna, eloquentes discursos eram proferidos com teor patrióticos por
Hilário Ribeiro, educador, autor de livros didáticos, poeta e fundador do
Instituto Brasileiro.
Encontramos apontamentos históricos, topográficos e
descritivos da cidade do Rio Grande, escrito por Carlos Eugenio Fontana, escritor
pelotense, redator de um jornal de Rio
Grande, autor de romance e jornalista.
Trecho copiado conforme escrita da época, da
Poesia “ Parthenon Litterário”
Poesia
“ Parthenon Litterário”
Ao
Exm. Sr. Dr. Luiz da Silva Flores
de
Damasceno Vieira
Não
cança o lutador! Os anos passão.
E de
pé na estacada do progresso
Alteia
o Parthenon bandeira ingente
Sorrindo
as multidões!
Sem
ter apoio dos erários nobres,
Sem
dar prestígios à soberba astulta
Sem
ir nas praças mendigar alentos,
Sem curvar-se
a mandões!
Neste texto os limites estão demarcados pela
leitura do exemplar existente em Rio Grande, o qual considerar seu conteúdo e
seus idealizadores ressalta a importância dessa agremiação para a história
literária do Rio Grande do Sul, portanto contribuições riquíssimas para
compreender o contexto social em que o estado vivia no século XIX. Fica
evidente a capacidade intelectual de seus idealizadores e colaboradores em uma
época que o acesso a educação incidia prestigio e admiração.
REFERENCIAS
PÓVOAS, Mauro Nicola A trajetoriada sociedade
Tartenon Literaria e da sua Revista Mensal.
Artigo
Periódico Parthenon Litterário, terceiro ano, 1874. Exemplar disponível na Biblioteca
Rio-Grandense da Cidade do Rio Grande.